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Terezinha GuilherminaTerezinha Guilhermina

Paratodos dá injeção de ânimo

(São Paulo, brpress) - Mostrando luta dos atletas paralímpicos brasileiros e performances surpreendentes, filme é metáfora do Brasil pré-Olimpíada. Por Juliana Resende. 

(São Paulo, brpress) – Paratodos. O título do documentário sobre o esporte paralímpico no Brasil, que estreia esta semana em circuito nacional, é também um clamor pela inclusão no país. “Sou fã de esporte e fiquei impressionado como não conhecia a performance e o universo destes atletas até mergulhar na realização deste filme”, diz o diretor Marcelo Mesquita. “E sabemos que a inclusão vai muito além da rampinha – é uma questão social”, complementa. Mostrando a trajetória dos atletas deficientes brasileiros desde seu surpreendente resultado nas Olimpíadas de Londres, Paratodos é a injeção de ânimo que faltava para um país cansado: o Brasil. 

A ideia era mesmo a de que o filme transcendesse a questão esportiva – e pudesse ser um balde de motivação para cidadãos e políticos repensarem as prioridades do Brasil, nos quesitos básicos como educação, saúde e acesso à cultura. O fato é que Paratodos tem um inegável poder mobilizador: de mostrar que vencer é possível mesmo diante de tantas adversidades. As vidas e desafios enfrentados pelos atletas são uma clara metáfora dos problemas e anseios do Brasil – que parecia sem apetite, paralisado e sem orgulho de sediar as Olimpíadas do Rio, até os Jogos acabarem sendo um sucesso.

Apesar do alto astral que a Rio 2016 acabou trazendo, há, na realidade, muitos percalços. A começar pelo próprio estado do Rio de Janeiro – falido. Apesar de continuar linda, o fato é que a Cidade Maravilhosa segue abandonada à própria sorte – desmorona ciclovia, bando resgata traficante em hospital público no centro da cidade e mata pacientes e a Baía de Guanabara chafurda em lixo. Mas como um país que está em 72o. lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pode ser a terceira potência em esporte paralímpico? Paratodos não tem a resposta, mas ensina a fórmula: determinação e trabalho duro, focado. 

Meia-entrada para todos

“Se a gente quer falar em inclusão, Paratodos será distribuído em duas mil escolas públicas – num projeto inédito envolvendo um filme no Brasil”, anuncia Marcelo Mesquita.  O filme tem pré-estreia nesta terça (21/06), em cinemas de todo o Brasil, com meia-entrada. Na quinta (23/06), Paratodos tem estreia nacional. “Este é um Brasil que dá certo!”, empolga-se Marcelo. “Nós não escolhemos as histórias que mostramos – foram elas que acabaram nos escolhendo. Independente de vitória ou derrota, o que vale é o percurso, competir e ganhar sempre, seja no pódio, seja no aprendizado”, diz.

Nos cinco primeiros minutos de filme, o público já começa a vibrar com a vitória do velocista Alan Fonteles, que “surgido do nada”, conforme gritava, histérico, o locutor dos Jogos Paralímpicos de Londres,  ultrapassou Oscar Pistorius, até então o primeiro do mundo e o único atleta da história a competir entre os convencionais mesmo sendo deficiente. Alan bateu o recorde dos 100m e 200m,  conquistando o ouro nos 200m rasos. Virou capa de jornais, fechou contratos de patrocínio e se tornou um dos símbolos do esporte. 

Paratodos é uma linda e bem fotografada produção, rodada em seis países ao longo de quatro anos, com a assinatura de uma dupla que ainda vai dar muito o que falar e ver no cinema nacional (Marcelo Mesquita e o produtor Peppe Siffredi) e distribuição sempre inovadora da O2Play (da produtora O2 Filmes, de Fernando Meirelles). A magia é que o público esquece que está diante de atletas deficientes. No universo paralímpico, superar-se não é uma opção ou gesto de heroísmo, é somente o ponto de partida.

Paratodos pode ser visto no Netflix, no iTunes, Vimeo on Demand and Google Play. E tem um aplicativo para celulares IOS e Android para acessibilidade total do filme, em libras, com audiodescrição, etc. Bastar baixar – é grátis.

(Juliana Resende/brpress)

Conheça aqui quem são os atletas de Paratodos e que prometem brilhar na Rio 2016.

Veja vídeo com o diretor Marcelo Mesquista falando do filme no Instagram.

Assista ao trailer de Paratodos:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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